Pesquisa diz que beber café de qualquer tipo pode reduzir o risco de problemas de fígado
Beber até
três ou quatro xícaras de café com cafeína ou descafeinado por dia reduz o
risco de desenvolver e morrer de doenças crônicas do fígado, descobriu um novo
estudo.
Segundo o
estudo publicado segunda-feira no jornal BMC Public Health, os bebedores de
café tinham 21% menos probabilidade de desenvolver doença hepática crônica, 20%
menos probabilidade de desenvolver doença hepática crônica ou gordurosa e 49%
menos probabilidade de morrer de doença hepática crônica do que os que não
bebiam café.
O autor do
estudo, Dr. Oliver Kennedy do corpo docente da Universidade de Southampton no
Reino Unido, disse em um comunicado que: "O café é amplamente acessível e
os benefícios que observamos em nosso estudo podem significar que ele pode
oferecer um potencial tratamento preventivo para doenças crônicas do
fígado".
"Isso
seria especialmente valioso em países com renda mais baixa e pior acesso à
saúde e onde o fardo da doença hepática crônica é maior", disse Kennedy.
Câncer de
fígado em ascensão
Os fatores
de risco para doença hepática incluem álcool, obesidade, diabetes, tabagismo,
infecções por hepatite B e C e doença hepática gordurosa não-alcoólica, que é o
acúmulo de gordura extra nas células do fígado que não é causado pelo álcool.
De acordo
com American Liver Foundation. Os diagnósticos de doença hepática gordurosa
não-alcoólica, que atinge pessoas obesas, com sobrepeso ou que têm diabetes,
colesterol alto ou triglicerídeos altos, mais do que dobraram nos últimos 20
anos.
American
Cancer Society, completa afirmando que a taxa de câncer de fígado mais do que
triplicou entre 1980 e hoje, "enquanto as taxas de mortalidade mais do que
dobraram".
As causas do
câncer de fígado incluem diabetes e doenças não-alcoólicas do fígado, bem como
consumo excessivo de álcool ou infecções por hepatite B e C.
Os
diagnósticos de câncer de fígado têm aumentado globalmente há décadas - um
estudo de 2018 encontrou um aumento de 75% nos casos em todo o mundo entre 1990
e 2015.
O câncer de
fígado é o sexto tipo de câncer mais comum em todo o mundo, de acordo com o
World Cancer Research Fund, com cerca de 83% dos casos ocorrendo em países
menos desenvolvidos, especialmente os da Ásia e da África. As taxas de
sobrevivência são baixas porque não há sintomas iniciais, portanto, muitos
casos de câncer de fígado estão bastante avançados no momento do diagnóstico.
Grande
estudo, mas apenas um ponto no tempo
O estudo
examinou o consumo de café entre 494.585 participantes do UK Biobank, um banco
de dados biomédico e recurso de pesquisa, e os acompanhou por quase 12 anos.
Enquanto o
benefício máximo foi observado no grupo que bebeu café com cafeína ou
descafeinado moído, os bebedores de café instantâneo também viram alguns
benefícios. O café moído tem níveis mais altos de kahweol e cafestol, dois
antioxidantes encontrados nos grãos de café que mostraram em estudos ter
propriedades antiinflamatórias. Cafestol, no entanto, também demonstrou
aumentar o colesterol ruim, ou LDL (lipoproteínas de baixa densidade).
Este não é o
primeiro estudo a descobrir os benefícios do café para a saúde. Um estudo
publicado em fevereiro descobriu que beber uma ou mais xícaras de café preto
com cafeína por dia estava associado a um risco reduzido de insuficiência
cardíaca em longo prazo.
O café
também demonstrou reduzir o risco de diabetes tipo 2, doença de Parkinson,
câncer de próstata, Alzheimer, esclerose múltipla, melanoma e outros cânceres
de pele, além de reduzir os níveis de cálcio nas artérias coronárias. E um
estudo anterior de Kennedy descobriu que beber café reduzia o risco de câncer
hepatocelular, a forma mais comum de câncer de fígado.
Cuidado
com os aditivos
A maioria
dos estudos é feita sobre o consumo de café puro. No entanto, muitas pessoas
adicionam laticínios, açúcares, sabores ou cremes não lácteos que são ricos em
calorias, açúcar e gordura adicionados. Isso provavelmente anula quaisquer
benefícios para a saúde do coração, avisa a American Heart Association.
A cafeína
pode ser perigosa se consumida em excesso por certas populações, mostram as
pesquisas. Altos níveis de consumo de café (mais de 4 xícaras) durante a
gravidez foram associados a baixo peso ao nascer, parto prematuro e natimortos
em um estudo de 2017.
Estudos
anteriores também sugeriram que pessoas com problemas de sono ou diabetes não
controlada deveriam consultar um médico antes de adicionar cafeína a suas
dietas.
E, claro,
esses benefícios não se aplicam a crianças. Crianças e adolescentes não devem
beber refrigerantes, cafés, energéticos ou outras bebidas com qualquer
quantidade de cafeína, de acordo com a American Academy of Pediatrics.
Fonte:
CNN