Novos mapas revelam o tamanho e as formas reais do 8º continente perdido da Terra

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Zelândia, era o nome da massa de terra submersa que os cientistas confirmaram após rigorosas observações de computação. No entanto, eles não foram capazes de mapear toda sua extensão até agora.

Na segunda-feira, pesquisadores da GNS Science na Nova Zelândia anunciaram  que mapearam a forma e o tamanho do antigo continente em detalhes sem precedentes. Eles colocaram seus mapas em  um site interativo para que os usuários pudessem explorar virtualmente o continente.

"Fizemos esses mapas para fornecer uma imagem precisa, completa e up-to-date da geologia da Nova Zelândia e na área sudoeste do Pacífico - melhor do que nós tivemos antes" disse Nick Mortimer, autor da pesquisa.

Mortimer e seus colegas mapearam a batimetria em torno da Zelândia - a forma e a profundidade do fundo do oceano - bem como seu perfil tectônico, mostrando onde a Zelândia cai sobre os limites das placas tectônicas.

Os mapas revelam novas informações sobre como a Zelândia se formou antes de ficar submersa debaixo d'água milhões de anos atrás.

Um continente subaquático com quase 2 milhões de milhas quadradas

A área da Zelândia é de quase 5 milhões de quilômetros quadrados - cerca da metade do tamanho da Austrália. 

Mas apenas 6% desse pedaço de terra está acima do nível do mar. Essa parte nos já conhecemos, são as ilhas norte e sul da Nova Zelândia e a ilha da Nova Caledônia. O resto está submerso, o que faz com que a Zelândia seja difícil de pesquisar.

Para entender melhor o continente submerso, Mortimer e sua equipe mapearam a Zelândia e o fundo do oceano em torno dele. A imagem abaixo, retrata o mapa batimétrico que eles criaram, informações sobre altura as montanhas e os cumes do continente se elevam em direção à superfície da água, estão todas contidas nele.


O mapa também descreve linhas costeiras, limites territoriais e os nomes das principais características submarinas. Esse mapa faz parte de uma iniciativa global para mapear todo o fundo do oceano do planeta até 2030.

O segundo mapa que os cientistas do GNS fizeram revela os tipos de crosta que compõem o continente subaquático, qual a idade dessa crosta e as principais falhas. A crosta continental - o tipo mais antigo e mais espesso da crosta terrestre que forma massas terrestres - é mostrada em vermelho, laranja, amarelo e marrom. A crosta oceânica, geralmente mais jovem, é azul. Triângulos vermelhos mostram onde estão os vulcões.


Este mapa também revela que a Zelândia fica ao lado de várias placas tectônicas, das quais algumas delas estão sendo colocadas sob a outra em um processo conhecido como subducção.

Estudar as maquinações tectônicas que sustentam a Nova Zelândia hoje pode revelar pistas sobre como o continente se formou em uma época remota.

As origens de um continente de 85 milhões de anos

O conceito da Zelândia já tem 25 anos. O geofísico Bruce Luyendyk cunhou o termo em 1995. Em entrevista ao Business Insider, Bruce disse que nunca pretendeu que seu termo descrevesse um novo continente. Em vez disso, o nome originalmente se referia à Nova Zelândia e a uma coleção de pedaços submersos de crosta que romperam o antigo supercontinente Gondwana cerca de 85 milhões de anos atrás.

A Gondwana se formou quando o antigo supercontinente da Terra, Pangeia se dividiu em dois fragmentos. Laurásia ao norte os quais hoje são Europa, Ásia e América do Norte. Logo a Gondwana ao sul se dispersou para formar a África moderna, a Antártica, a América do Sul e a Austrália.

As forças geológicas continuaram a reorganizar essas massas de terra, e a Zelândia foi forçada sob as ondas cerca de 30 a 50 milhões de anos após a ruptura da Gondwana, enquanto a maior placa tectônica - a Placa do Pacífico - se subdividia lentamente sob ela.
Todos os mapas elaborados pelos pesquisadores, mostram que Zelândia é um continente como os outros 7.

Até 2017, a Zelândia era classificada como um "microcontinente", semelhante a ilha de Madagascar. Mas, de acordo com Mortimer, a Zelândia mantém todos os requisitos para o status de continente: possui limites claramente definidos, ocupa uma área superior a 1 milhão de quilômetros quadrados, é elevada acima da crosta oceânica circundante e tem uma crosta continental mais espessa do que essa crosta oceânica.

Portanto, esses novos mapas oferecem mais evidências de que a gigante massa terrestre submersa deve ser considerada o oitavo continente, acrescentou Mortimer.

"Se pudéssemos secar os oceanos do mundo, seria bem claro que a Zelândia se destaca", disse o pesquisador à Science News em 2017 , acrescentando: "Se não fosse pelo nível do oceano, há muito tempo teríamos reconhecido Zelândia pelo que era - um continente".

Sciencealert