5 animais que podem nos ajudar a superar algumas doenças
Os seres
humanos devem ser muito agradecidos pelo caminho que nossa evolução seguiu.
Vivemos mais do que muitos animais e nossa longevidade continua aumentando
graças a melhores dietas, avanços na medicina e saúde pública de qualidade. Em
contrapartida, ainda continuamos lutando contra o envelhecimento e outras
doenças corriqueiras.
Por exemplo,
as taxas de osteoartrite dobraram significativamente desde meados o século 20.
Da mesma forma, as doenças cardiovasculares nos países em desenvolvimento
causam centenas de milhares de mortes todos os anos, o que representa uma morte
a cada três minutos.
O mundo
animal pode ser um bom recurso para estudar novas formas de prevenir e tratar
essas condições. Nosso DNA pode ser notavelmente semelhante ao de chimpanzés e
outros animais, mas são as diferenças que podem nos ajudar a descobrir novas
maneiras de entender e tratar doenças no futuro.
1. Chimpanzés
e doenças cardiovasculares
À medida que
os seres humanos evoluíram, nossa constituição genética foi modificada e nos
expôs a um maior risco de obstrução arterial. Se somarmos a isso o fato de
termos aumentado nossa ingestão de carne vermelha e outros alimentos que
aumentam nossas chances de sofrer de doenças cardiovasculares, sem dúvida
estamos reunindo todos os elementos para uma tempestade perfeita.
Um estudo
recente revela que foi a perda de um gene específico que aumentou o risco de
doença cardiovascular em humanos do que em outros animais, incluindo nosso
parente mais próximo, o chimpanzé. O estudo também mostrou que, ao modificar geneticamente
os camundongos para terem a mesma mutação genética que os humanos, o risco de
ter um ataque cardíaco era o dobro do dos camundongos normais. No futuro,
poderíamos usar a engenharia genética para reduzir o risco de doenças.
2. Rato-toupeira-pelado
e câncer
O
rato-toupeira-pelado pode não ser um “banquete” para os olhos, mas esse roedor
diferenciado atrai grande interesse da comunidade científica por ter a capacidade
de não ter câncer. Além disso, esses ratos podem nos ensinar algumas coisas sobre
longevidade. Devido ao seu tamanho, cientistas acreditavam que os ratos
toupeira tinham o mesmo tempo de vida dos seus parentes (apenas quatro anos);
no entanto, descobriu-se que eles geralmente vivem sete vezes mais.
Pouco a
pouco, esses roedores pouco atraentes estão revelando seus segredos aos
cientistas e podem um dia nos ajudar a desenvolver novas terapias para combater
o câncer e doenças relacionadas à idade.
3.
Cangurus e osteoartrite
A
osteoartrite tem muitas causas, mas a obesidade, a má postura e o mau
alinhamento das articulações são os principais fatores de risco. Muitos
primatas e carnívoros têm problemas articulares semelhantes aos dos humanos;
por exemplo, grandes símios têm uma das maiores prevalências de doenças
articulares.
Por sua vez,
os cangurus podem saltar a uma velocidade de 64 km/h com pouco risco de
artrite, até muito velhos. Uma estrutura cartilaginosa única nos joelhos
permite que eles resistam à força de flexão repetida e ao impacto do solo. Além
disso, o arranjo dos ligamentos melhora a estabilidade da articulação, o que é
importante para manter uma boa saúde articular. Estudar essas capacidades pode
ajudar a melhorar os materiais usados em implantes artificiais de joelho para
humanos.
4. Peixe
cego das cavernas e diabetes
A diabetes é
um problema de saúde global e é uma das principais causas de cegueira,
insuficiência renal, ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e amputação.
Quase um em cada dez adultos tem esta doença, e as taxas de diabetes estão em
tendência ascendente. A solução para o diabetes – se houver – pode ser
encontrada no peixe cego mexicano das cavernas.
Este
peixinho, que se empanturra de algas, é capaz de comer sem ser prejudicado,
pois está incrivelmente adaptado para sobreviver sem regular o açúcar no
sangue. Isso significa que os sintomas normalmente observados em diabéticos com
flutuações extremas nos níveis de glicose no sangue não parecem ser um problema
para esses peixes. A comunidade científica espera que, conhecendo melhor os
peixes cegos das cavernas, um dia possamos encontrar um tratamento mais eficaz
para esta doença.
5. Zebras
e úlceras
À medida que
vivemos em um ambiente sob pressão crescente, estamos nos tornando cada vez
mais conscientes de nossa saúde mental. Mas muitas vezes ignoramos como essa
pressão pode afetar nossa saúde física. Como seres humanos, os centros de
processamento superiores de nossos cérebros muitas vezes fazem ligações com as
situações difíceis que vivenciamos em nossas vidas. Isso significa que
experimentamos estresse crônico por longos períodos de tempo. Com o tempo, essa
circunstância pode causar úlceras estomacais.
Normalmente,
os animais – por exemplo, a zebra – experimentam estresse por períodos mais
curtos, como quando procuram comida ou fogem de predadores. Mas eles geralmente
não experimentam períodos mais longos de estresse crônico. No entanto, alguns
estudos mostraram que a exposição de animais como ratos a períodos prolongados
e persistentes de estresse pode induzir úlceras semelhantes às observadas em
humanos. Isso serve para nos lembrar que nossos estilos de vida modernos,
caracterizados por estresse constante, são prejudiciais a todos os aspectos de
nossa saúde.
Fonte: The Conversation